quinta-feira, 7 de junho de 2012

Confira os destaques do primeiro dia da E3 2012

E3 2012.

O primeiro dia de verdade da E3 2012 nos trouxe a grande conferência da Nintendo, além da primeira chance aos jornalistas de entrar no Centro de Convenções e testar alguns jogos.
Confira os destaques com uma descrição detalhada da jogatina do Wii U e uma surpreendente demonstração técnica da Square-Enix, adiantando o que pode ser a qualidade gráfica dos próximos jogos da série Final Fantasy.

O maravilhoso parquinho da Nintendo

NintendoLand é uma espécie de coletânea de minigames no estilo Wii Sports e Wii Play. Ele foi especificamente criado para ensinar você a usar o Wii U GamePad, aquele novo controle-tablet que diferencia o Wii U de qualquer outro videogame já criado. Algumas atividades servem para mostrar o Pad funcionando como um controle sensível ao toque complementar a algum jogo que esteja rodando na TV; outras focam no sensor de movimento; outras, na possibilidade de duas pessoas na mesma sala terem experiências de jogo completamente diferentes numa mesma partida. Você escolhe o seu Mii e vai passando de um minigame ao outro.

Nintendoland

               














A ideia central de NintendoLand é ser um parque de diversões temático. Cada minigame é uma atração, como se fosse uma Disney criada pela Nintendo. Existe um jogo baseado na mansão assombrada de Luigi (acima), um outro baseado em algum jogo do Mario. Eu testei alguns outros baseados em Zelda, Donkey Kong e em The Mysterious Murasame Castle, um jogo de Nintendinho que só saiu no Japão.

The Legend of Zelda: Battle Quest

The Legend of Zelda: Battle Quest

O melhor minigame que eu joguei e a melhor coisa que a Nintendo mostrou do Wii U até agora. É um joguinho co-op inspirado em Zelda que pode funcionar com um jogador no GamePad e até três outros com Wii Remote (do modelo mais recente, com o MotionPlus embutido). Cada jogador controla um Mii que está fantasiado de algum personagem da série Zelda. E então vocês vão juntos por uma aventurazinha sobre trilhos, atravessando vales e salas cheios de inimigos e puzzles.
É uma recriação visualmente impressionante da série Zelda, como se todo o universo clássico do jogo fosse feito de pano. Embora os representantes da Nintendo aqui não gostem muito de falar sobre gráficos, fica nítido quando você está jogando Battle Quest: é um belíssimo Zelda em HD.
Quem joga com o Wii Remote tem um sistema de controles parecido com o de Zelda: Skyward Sword. Você pode movimentar seu braço para dar os golpes de espada, e o ângulo e a velocidade são reproduzidos na tela. Você também pode acionar um botão para usar o escudo.
Se você jogar com o GamePad assume o papel de Link, com um arco e flecha. Você segura o controle na vertical para começar, mas pode movê-lo em todas as direções: para a direita, esquerda, para cima, para baixo… e a tela do GamePad passa a funcionar como um portal, revelando trechos dos cenários. Em Battle Quest, por exemplo, eu podia usar o controle para enxergar coisas que estavam na frente dos outros personagens. Se eu mirasse para cima, via o céu. Quando eu me virei e mirei a parte de trás da sala onde estávamos, eu passei a ver a parte de trás do cenário no jogo. É como se fosse um portal para um mundo virtual à nossa volta.
Com a alavanca direita do Pad eu posso atirar flechas e recarregar minha aljava. Minha obrigação era acertar os arqueiros inimigos, dando cobertura para os camaradas que abriam caminho com suas espadas.
É uma demo parecida com a de Metroid no Wii U da E3 de 2011: mostra como várias pessoas num mesmo grupo podem ter experiências bem diferentes. Eu adorei.

Takamaru’s Ninja Castle: Throwing Star Showdown

Takamaru’s Ninja Castle: Throwing Star Showdown

Baseado no jogo japonês Mysterious Murasame Castle, ele é, basicamente, um jogo de atirar em ninjas. É uma versão renovada daquela demo de atirar estrelas que a Nintendo mostrou no ano passado.
É um jogo solo em que você segura o GamePad de lado, com uma das laterais apontando para a TV. Na tela, aparece um ninja. No GamePad, você vê uma estrelinha-ninja virtual. Você risca a tela enquanto segura o controle apontado para a TV. E então pode inclinar o controle para mirar a estrela. A velocidade dos seus “golpes” na telinha do controle determina a velocidade de arremesso da estrela.
É um jogo simples, que deveria ser gostoso de jogar, mas que apresentou muitos problemas de sincronia. Como o GamePad não tem sensores ao estilo Wii Remote nas laterais, ele não está efetivamente mandando sinais para o sensor do Wii/Wii U em frente da TV para dar sua localização exata. Na verdade, o sensor de “tilt” do controle está tentando se comunicar com o Wii U, mas eles se confundem frequentemente.
Eu apontava para o centro da TV, e o Wii U achava que eu estava mirando para os cantos da tela. O problema se resolve quando você aperta um botão no controle para centralizar a mira, uma complicação a mais que, infelizmente, já vai ser bem conhecida dos jogadores de Skyward Sword no Wii.
E isso, infelizmente, é uma das maiores falhas do Wii U no momento: a Nintendo ainda não descobriu como manter o Wii Remote e o novo GamePad em sincronia perfeita com a TV, o que obriga você a ficar o tempo todo recalibrando os controles. É impressionante que a Nintendo seja vítima de um erro assim no seu novo videogame, e eu espero que os representantes da empresa estejam certos ao dizer que ela vai melhorar as coisas antes de o Wii U ser lançado.

Donkey Kong’s Crash Course

Donkey Kong’s Crash Course

Mais um exemplo de como os jogos do Wii U serão bonitos. Basicamente, ver os personagens clássicos da Nintendo refeitos em alta definição é demais – eles têm um ar moderno e empolgante. Este minigame é baseado nas velhas vigas vermelhas do Donkey Kong original. Você vê um grande labirinto 2D com essas vigas na sua tela e controla um buggy de duas rodas pelo cenário. Você controla o buggy girando o controle, na vertical, para a direita ou esquerda. E é basicamente isso, com a exceção de alguns botões que acionam certos trechos do cenário. Simples e divertido.
O barato aqui é que você pode jogar olhando para a TV ou direto para o controle, que mostra um trecho com zoom do labirinto. E não importa para onde você estiver olhando, a plateia pode assistir direto na TV. Sim, você pode desligar a TV e jogar direto no controle, o que é mais uma possibilidade legal do Wii U, principalmente para quem precisa dividir a TV em casa.
O Nintendo Land deveria ser parte integrante de cada Wii U, já que é um jogo claramente feito para mostrar o funcionamento do console usando o fator nostalgia da marca. E serve de aperitivo para mostrar como os personagens da Nintendo vão ficar em HD. Os representantes da empresa na E3 não confirmaram se Nintendo Land fará parte do pacote inicial do Wii U.

Um novo Mario sem graça

New Super Mario Bros. U

O Wii U vai ser lançado com um New Super Mario Bros. U, o nome oficial do jogo que apareceu anteriormente como uma demo apresentada pela Nintendo.
Os representantes da empresa se gabam ao dizer que esse vai ser o primeiro Mario a ser lançado junto com um console da Nintendo desde Super Mario 64, do Nintendo 64. Mas não temos nada de Mario 64 aqui. Na verdade, é o mais previsível e óbvio que a Nintendo poderia mostrar, e pareceu bem sem graça perto das outras demos apresentadas. Ele se parece com New Super Mario Bros. Wii, que, por sua vez, não era muito diferente de New Super Mario Bros., do DS.
Ele tem co-op para quatro jogadores, mas você passa a maior parte do tempo fazendo praticamente a mesma coisa: a velha progressão lateral em plataformas de Mario, procurando alguns power-ups novos e curtindo as fases levemente diferentes. Não é uma evolução como foram Super Mario World ou Super Mario Galaxy, é mais como uma “renovação conservadora Call of Duty” das coisas. Em outras palavras, infelizmente, é o jogo mais “seguro” já feito pela Nintendo para um lançamento de console.
A sacada nesse New Super Mario Bros. U é que, enquanto quatro jogadores podem escolher em Mario, Luigi, Toad Azul ou Toad Amarelo com seus Remotes, um quinto jogador pode afetar a ação de todos através do GamePad. Esse jogador pode atuar como um apoio para o resto do grupo. Ele tem a mesma visão do resto dos jogadores, mas pode criar plataformas para evitar que seus camaradas caiam em um buraco, ou permitir que alcancem áreas secretas. Se você der dois toques na tela, cria um bloco de moedas. E moedas, como sempre, geram vidas.
Entre os novos itens que eu vi estavam um bebê Yoshi inflável em que Mario pode se pendurar para flutuar. Temos também a roupinha de esquilo, que permite transformar pulos em pequenos momentos de voo. Se você balançar o Remote, ganha um impulso extra, como se fosse um pulo duplo.
Jogos de plataforma do Mario são sempre divertidos, mas não existe tanta novidade aqui. Talvez os designers da Nintendo estejam apostando que os jogadores de Wii U vão precisar de algo que seja o mais familiar possível para entender como o videogame poderá fazer a diferença em relação aos jogos tradicionais, mas a impressão que fica é de algo requentado, misturado com algumas invençõezinhas para chamar a atenção. E o que é pior: Rayman Legends, que também tem esse scroll lateral assimétrico no multiplayer co-op, está mais bonito e divertido.
A Nintendo também me mostrou um vídeo da versão para Wii U de Batman: Arkham City, desenvolvido pela Warner de Montreal. É basicamente o Arkham City, de 2011, mas com mapas e os gadgets de Batman rodando no GamePad. Também temos uma nova “armadura” para o Homem-Morcego. Me pareceu mesmo um artifício barato, e algo que não vai interessar para alguém que terminou o jogo num console tradicional. Isso pode provar que jogos de Xbox 360 e PS3 podem rodar no Wii U, mas também prova que eu não estou interessado em ver jogos do ano passado ganhando novos controles numa tela sensível ao toque. Eu acho que Batman: Arkham City: Armored Edition não é o tipo de jogos third-party de que nós precisamos no Wii U.
Entre os outros jogos que existem, mas que não testei, estão a nova versão de Wii Fit e o aplicativo Wii U Panorama View.
Wii U

Nos jogos que eu testei na E3 não havia nenhum Wii Sports. Não havia nenhum jogo pelo qual as pessoas vão se apaixonar quando o console for lançado, no final do ano.
E ainda existe o problema de controles que precisam ser recalibrados manualmente a todo momento diante da TV. Outros sinais preocupantes são de atualizações meia-boca para jogos que já existem, e a possibilidade de a equipe de Mario não dê o seu melhor na estreia do Wii U.
Por outro lado, é maravilhoso ver os melhores personagens da Nintendo em alta definição, e Nintendo Land parece mesmo incrível. Algumas experiências com o Wii U são fantásticas: poder escolher entre jogar na TV ou no meu GamePad; poder usar esse tablet como um portal de visualização de um mundo virtual; poder jogar assumindo diferentes papéis no multiplayer, usando diferentes controles na mesma sala.
Nenhuma dessas ideias tem o apelo instantâneo de balançar um controle sem fio para jogar uma bola de boliche. Nenhuma dessas ideias me convence de que o Wii U será um sucesso mundial.
Mas várias dessas ideias, por outro lado, são novas e interessantes, mostrando que o Wii U vai ser diferente o bastante dos consoles que já vieram, e que vai valer o tempo de quem estiver disposto a jogar.

O futuro é a nova ‘tech demo’ da Square Enix

Square-Enix demo

Usando uma ambientação meio “Final Fantasy na favela”, a Square Enix usou a E3 para mostrar sua nova engine, a Luminous Studio. Segundo a produtora, ela será usada para “jogos com qualidade da próxima geração”.
E, de fato, os próximos consoles podem não estar nesta E3 2012, mas seus gráficos certamente estão.
Tudo o que você vê nas telas está, supostamente, rodando em tempo real. Ou, para citar diretamente a Square Enix, trata-se de uma “TECH DEMO DE FINAL FANTASY EM TEMPO REAL”.
Dado que essa demonstração teve como objetivo mostrar apenas a engine, não espere que os primeiros jogos feitos nela tenham esse visual todo. Mas, ainda assim, é sempre bom ter uma ideia do que o futuro nos reserva.

Square-Enix demo 2







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