domingo, 22 de julho de 2012

Conheça Daniel Pesina, o homem que deu vida a Johnny Cage

Daniel Pesina

Daniel Pesina é aquele típico cara legal que reclama pouco e está sempre com um sorriso no rosto. Ele também é o ator que deu vida a Johnny Cage, Scorpion e Sub-Zero nos dois primeiros jogos da série Mortal Kombat.
Hoje, ele dá aulas de artes marciais chinesas em sua academia em Chicago, nos Estados Unidos. Ele já está com mais de 50 anos, mas basta que coloque um par de óculos escuros para que comecemos a notar as semelhanças entre ele e o personagem que nasceu há 20 anos.
Pesina conta toda sua história em uma excelente entrevista para o site The Verge, falando desde como conheceu John Tobias, um dos criadores de Mortal Kombat, quando este tinha apenas 16 anos, até os bastidores das gravações dos dois primeiros jogos da série. É um bate-papo divertido e interessante, que mostra um lado pouco conhecido dos bastidores do desenvolvimento de jogos.
Pesina como Johnny Cage no primeiro Mortal Kombat
Tobias lembra que o ator nunca dizia não para nenhum dos pedidos da equipe, mesmo trabalhando em condições bastante ruins (como ter que cair no chão em vez de em um colchonete): “Ele nunca reclamava”, afirma Tobias. “Ele sempre dizia ‘sim’ para tudo o que eu propunha para ele, e acho que essa atitude contagiava a todos no set de filmagem.”
Na entrevista, Pesina explica também os motivos por trás da ação judicial que moveu contra a Midway, o que o afastou dos jogos posteriores da franquia. De acordo com o lutador, todos os atores de Mortal Kombat assinaram contratos bastante curtos e pouco claros, acreditando na promessa de Tobias de que o pessoal da publisher não deixaria eles na mão.

“Nós assinamos um acordo que tinha, literalmente, apenas um parágrafo… e John Tobias dizia, ‘Não se preocupem – esses caras não são babacas. Não se preocupem com isso, Eles vão cuidar de vocês…’ e eu disse ‘tudo bem então’.”
Não foi isso o que aconteceu e Pesina entrou na justiça exigindo uma indenização de US$ 10 milhões da Midway, da Williams, da Acclaim, da Nintendo e da Sega. No fim das contas ele perdeu a ação e acabou de fora de Mortal Kombat 3.
Agora você sabe porque não podemos jogar como Johnny Cage em MK3. A única menção ao personagem no terceiro jogo é uma tumba com seu nome, que decora o cenário de uma das fases.

Johnny em Mortal Kombat 2

Depois de abandonar Mortal Kombat, Pesina tentou a sorte em outros jogos de luta, como Tattoo Assassins and Thea Realm Fighters, mas nenhum deles chegou a ver a luz do dia. O lutador nem foi pago pelo trabalho que fez para esses projetos, mas não guarda mágoas:
“Eles ficaram sem dinheiro, então eu não vou reclamar. Se eles não têm dinheiro, não há o que fazer. Se você fica reclamando, você fica com uma reputação de ser babaca.”
Pesina não pensa muito em voltar a trabalhar com videogames. Ele acha que falta originalidade no meio e que os desenvolvedores precisam inovar mais. Quando questionado pela The Verge sobre retornar à indústria dos jogos, ele respondeu:
“Depende. É possível, mas agora meu irmão e alguns dos meus amigos estão trabalhando no Mortal Kombat 59 milhões, e eu digo: ‘cara, vocês estão fazendo a mesma coisa. Vocês não têm nenhuma originalidade? Quem está no comando?… esse jogo precisa evoluir de alguma forma.’ E eles dizem que é muito difícil. Não, não é muito difícil. Eles realmente precisam de alguém que saiba o que está fazendo e precisam deixar os egos de lado. Não deixe o artista fazer a parte das artes marciais porque isso vai dar merda”.
Quem sabe, então, um dia veremos um “Daniel Pesina’s Super Fighters” ou algo assim. Seria épico. Enquanto isso eu vou ficar aqui treinando meu golpe da cordinha do Scorpion, com uma ajudinha do próprio mestre.


Nenhum comentário:

Postar um comentário