domingo, 29 de julho de 2012

The Amazing Spider-Man (Xbox 360, PS3, PC)

The Amazing Spider-Man

Para acompanhar mais um filme do Cabeça de Teia, lá veio mais um jogo do Spider. Como de costume, um projeto a toque de caixa feito para honrar os “jogos baseados em filme”. Deu tempo de copiar a estrutura de Batman: Arkham City e criar uma Manhattan mundo-aberto para deleite do Aranha. Mas acabou sendo um The Amazing Spider-Man não tão amazing assim.
Quem perdia as tardes jogando Spider-Man 2: The Video Game em 2004 lembra como era bacana ficar balançando pelos blocos de concreto da Manhattan virtual gigante. E se você era um desses, vai ficar feliz de passear entre os prédios de The Amazing Spider-Man, porque é a melhor coisa que você pode fazer no jogo.
Já a pior coisa é perceber que a Beenox tentou usar tudo o que deu muito certo em Batman: Arkham City, mas não acertou.
The Amazing Spider-Man
















Uma infecção se espalha por Nova York, e dezenas de milhares de pessoas vão se transformando em mutantes. A epidemia é consequência do acidente que acontece quando Peter e sua namoradinha Gwen visitam os laboratórios da Oscorp, empresa que iniciou os experimentos que misturavam o DNA de bichos e de seres humanos.
A Oscorp não é muito do bem, como toda grande corporação de um jogo. Quando os mutantes se rebelam, ela solta os robôs especialmente programados para proteger os humanos. A infecção se alastra, mas a cidade e os habitantes não refletem esse desespero. Do alto dos prédios, a cidade funciona como se nada estivesse acontecendo, mesmo com todos os homens-rato, escorpião, rinoceronte e outros tocando o terror por Nova York. Uma indiferença mórbida, mesmo que involuntária.
Os passeios de teia pela cidade são performáticos, cinematográficos. São cambalhotas e giros no ar que dão uma fluidez aos movimentos de Peter, realçam uma característica única do herói e deveriam servir de base para os próximos jogos da série.
Escalar prédios e sujar toda a cidade de teia são atividades tão divertidas que acabei me perdendo na paranoia de colecionar as páginas de quadrinhos soltas e escondidas por toda Manhattan. As páginas são brilhantes e se destacam principalmente durante a noite, iluminando diversos pontos de difícil acesso a qualquer pessoa que não seja dotada de poderes mutantes de uma aranha radioativa.

The Amazing Spider-Man

Comecei a colecionar os itens enquanto me locomovia de uma missão a outra e, quando percebi, já havia coletado quase 500 páginas de HQs que haviam sido espalhadas por Nova York. Entre cada uma delas, centenas de metros para jogar teia e lançar o Aranha ao ar da forma mais empolgante possível.
Perdido nessa busca pelas páginas de revista e inebriado pela teia infinita que se prende em qualquer lugar, eu até esquecia que deveria voltar às missões e tentar acabar o jogo [mais um ponto em comum com Batman?]. Mas completar a história de The Amazing Spider-Man exige muita paciência.
The Amazing Spider-Man















Entre as sessões de piração no mundo aberto, você encara fases internas que são repetitivas tanto no design quanto na dinâmica de jogo. Quando eu tinha completado 80% da história, já havia invadido os laboratórios da Oscorp três vezes, e varrido os esgotos da cidade outras quatro. Para piorar, as fases internas são sempre resolvidas da mesma maneira: acabe com os inimigos, hackeie um computador usando apenas um botão e chegue no final.
A Beenox se inspirou no que funcionou muito bem nos dois Batman da Rocksteady, mas não refinou a cópia. Os pilares do Homem-Morcego – o modo stealth e o combate corpo-a-corpo – não funcionam bem aqui, o que compromete The Amazing Spider-Man.
Inteligência artificial, luta corpo-a-corpo, missões: tudo tem as limitações que você esperava de um “jogo de filme”, então só resta mesmo sair jogando teia e se pendurando pela cidade.
The Amazing Spider-Man acaba desapontando ainda mais porque tinha potencial para ser excelente. Homem-Aranha é um personagem popular, mas que nunca foi trabalhado em um game além de seus moldes clássicos. E como não conseguiu implementar com sucesso as mecânicas de Batman, The Amazing Spider-Man corre o risco de ser lembrado só como uma cópia sem inspiração. O game design sem criatividade e as entediantes fases fechadas são o preço que você vai pagar por ficar curtindo a vida dando duplo twist carpado com muito estilo no meio da Times Square.

The Amazing Spider-Man

The Amazing Spider-Man é mais um jogo baseado em filme que não deu muito certo. Ele é divertido nos momentos mundo-aberto, mas fica repetitivo nas missões fechadas. É um jogo claramente inspirado em Batman: Arkham City, mas sem a substância do Homem-Morcego.
Plataformas: Xbox 360 e PlayStation 3 (PC em agosto)
Desenvolvimento: Beenox
Distribuição: Activision
Lançamento: 26 de junho de 2012
Preço: R$ 199,90 (via Neoplay)



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