sábado, 16 de março de 2013

O criador de Red Orchestra não está feliz com a ‘geração Call of Duty’

PC Gamer

É bom ouvirmos o que o rapaz da foto acima tem a dizer, e não só porque ele tem um M1 Garand nas mãos. John Gibson é presidente da Tripwire Interactive, aquela de Killing Floor e Red Orchestra. Em uma bela entrevista à PC Gamer, Gibson mostra que está bem triste com o estado atual dos shooters, e culpa o multiplayer de Call of Duty por isso.
Mas o discurso dele é mais que uma “frase polêmica” para chamar atenção para Rising Storm, o jogo/expansão/mod de Red Orchestra que a Tripwire deve lançar este ano. Gibson tem bons argumentos, e explica suas ideias com honestidade.
Ele diz que os jogos de tiro chegaram num estágio interessante, estão se distanciando da sombra de Hollywood e da mecânica de “shooter sobre trilhos”. Mas, diz ele, o multiplayer de Call of Duty, que vem dominando e influenciando o mercado desde Modern Warfare, diminuiu a importância do talento individual, gerou uma experiência baseada na aleatoriedade e criou uma geração de jogadores mal acostumados.
“Quando eu estava desenvolvendo o Action Mode [Red Orchestra 2], chamei um grupo de pessoas que eu sabia que eram jogadores hardcore de Call of Duty. E meu objetivo foi criar algo que fosse acessível o bastante para que eles curtissem o jogo – não transformar meu jogo em Call of Duty, mas tentar fazer alguma coisa que fosse casual o bastante para que eles curtissem, mas com o estilo de jogo Red Orchestra“, conta Gibson.
O problema, diz ele, é que os jogadores reclamaram tanto, que não conseguiam jogar. ”Eu pensei ‘Eu desisto. Call of Duty arruinou toda uma geração de jogadores”, e depois conclui: “É frustrante para mim, como designer, ver jogadores dizendo coisas como ‘No Call of Duty demora 0,15 segundos para você aproximar a mira, em Red Orchestra 2 demora 0,17 segundos. Eu odeio isso.”
Gibson lista uma série de queixas sobre o multiplayer de Call of Duty, desde a velocidade do jogador (você começa a correr quando quer, em vez de acelerar progressivamente) até o fato de você ter armas que não exigem habilidade para causar estrago. Ele reconhece que a Infinity Ward talvez tenha optado por essas “simplificações” para atingir o maior público possível, mas teme que os shooters mais “autênticos” não tenham mais espaço no multiplayer online.
Eu não sei exatamente como Rising Storm vai tentar mudar esse panorama, mas estou curioso para ver.

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