sexta-feira, 1 de março de 2013

Real Racing 3 é corrida de gente grande para iOS e Android

Real Racing 3

Quando você já é o líder dos games de corrida na sua área, qual deve ser o próximo passo? Essa foi a pergunta que o pessoal da Firemonkeys precisou responder em Real Racing 3, que será lançado nesta quinta-feira (28) para iOS e Android. A continuação da prestigiada série de simulação automobilística publicada pela EA desde o primeiro iPhone precisava melhorar o que já era bonito. Mas e o resto?
A resposta que a EA encontrou poderia ser absurda em outros tempos, mas faz sentido hoje: transforme o jogo em “free-to-play” e dê a mesma experiência de game completo já esperada pelos amantes da série. Traga mais carros e pistas do mundo real. E agora tente convencer todo mundo de que isso foi possível.
Nesta terça-feira (26) fui até a EA para conhecer melhor Real Racing 3, e fiquei impressionado. Meu iPhone tem sido um ótimo companheiro há anos, me divertindo em qualquer momento que eu não tenha um console por perto. E mesmo assim, eu ainda não tinha passado por nada parecido em um “joguinho” de corrida. Uma pena que minha primeira vez com o jogo foi em um iPad 2 fornecido pela EA durante o encontro. Queria muito ter visto o visual deslumbrante de RR3 na tela do novo iPad ou no iPhone 5, já que o game foi otimizado para as Telas Retina da Apple.

Real Racing 3

Real Racing 3

Tudo o que se espera de um simulador de corrida está em Real Racing 3, bem feito e bem adaptado. O design é impressionante, a física dos carros responde como esperado, os efeitos sonoros são realmente bem produzidos e editados, e o conteúdo do jogo é rico e expansivo, incluindo carros (cerca de 45, incluindo Porsche e Lamborghini) e pistas reais (totalizando mais de 900 eventos).
Se tirarmos da equação as limitações impostas pelas plataformas em que ele aparece (principalmente em termos de controle), RR3 poderia facilmente disputar uma pole-position lado-a-lado com outros nomes graúdos dos games de corrida, como Gran Turismo e Forza, sem fazer vexame. E eu, na verdade, não reclamaria se outros jogos de corrida fossem inspirados pelos excelentes detalhes do jogo da Firemonkeys, principalmente quando falamos da interface inteligente.
Se você sair da visão de cockpit e mudar para a câmera de fora do carro, informações como velocidade, posição e tempo estarão logo ao lado do seu veículo, acompanhando todo o movimento do percurso. Para uma tela apertada, como a dos tablets e smartphones da vida, essa escolha de design ajuda muito a não interferir na beleza dos gráficos do jogo, um dos pontos mais fortes da série.

Real Racing 3

O menu principal também é bem bolado: você tem os circuitos e respectivos carros divididos em categorias de dificuldade crescente, o que é normal. Mas, na mesma tela, você ainda pode olhar os carros que tem na garagem, modificá-los, e de quebra tem acesso às opções de configuração do jogo. Facilita bem a vida de quem quer pegar o smartphone ou tablet e já começar a jogar.
O jogo tem várias formas de controle, desde movimentação por acelerômetro dos aparelhos e aceleração automática, até tudo completamente manual, incluindo volantes de pedais manuais no formato de botões na tela. Em outras palavras, são sistemas de comando que agradam corredores que preferem apenas curtir a corrida até os mais perfeccionistas, que preferem ter o controle de tudo.
O australiano Kynan Woodman, produtor de Real Racing 3, define o seu público-alvo como “pessoas que gostam de corrida e pessoas que gostam de games”. Quando você está com o game nas mãos, percebe que ele foge dos padrões estabelecidos para plataformas móveis.
A regra do jogo é acessibilidade sem perder o foco na corrida. Mas como encaixar tudo isso em um jogo gratuito que não seja completamente estragado pelas interrupções quase obrigatórias dos jogos free-to-play a que estamos acostumados, principalmente nos celulares e tablets? “O jogo é completamente de graça”, garantiu Kynan em uma conversa previamente gravada em vídeo a partir de perguntas que havíamos mandado antes. “O jogador tem acesso a todos os jogos e todas as pistas sem precisar pagar nada. Se quiser ter acesso a um carro ou pista antes de desbloqueá-lo no jogo, você pode pagar por isso. E fizemos tudo isso preocupados em não fazer um jogo do tipo pague-para-ganhar.”

Real Racing 3

Esse tipo de acessibilidade pareceu não atrapalhar a experiência no pouco tempo em que passei jogando Real Racing 3 num iPad 2. Pelo que vi, o envolvimento do jogador depende mais de tempo do que de dinheiro.
Algumas ações no jogo exigem um certo tempo de espera. Os reparos nos carros após as corridas, por exemplo, podem demorar horas até que sejam finalizados. Nesses momentos, você pode usar “fichas” (que podem ser acumuladas no fim de cada série de corridas) para eliminar o tempo de espera. A sacada é que, apesar da facilidade em juntar essas fichas, você pode comprar um pacote delas e nunca precisará se preocupar em esperar o tempo de reparo dos carros – um sistema que já é tradição tanto em jogos de Facebook quanto em jogos mobile.
A questão é que você pode dispensar a compra de fichas na loja se realmente se empenhar e gastar um tempo em Real Racing 3. Basicamente, quanto mais você joga, acumulando dinheiro para comprar carros novos e fichas para os tempos de espera, menos precisará gastar dinheiro de verdade. “Time is money”, já diria Super Sam.
Essa foi a estranha solução encontrada pela EA para promover o novo Real Racing 3: dar um game de corrida impressionante em troca do tempo e atenção dos jogadores. Quem não quiser perder tempo, que gaste dinheiro. Não sei se essa é a resposta mágica para todos os jogos free-to-play do mundo, mas parece ter dado muito certo neste caso.



Nenhum comentário:

Postar um comentário