sexta-feira, 1 de março de 2013

Para lembrar: uma nova geração de consoles é muito mais do que gráficos

Gráficos

Quando tentamos medir o salto tecnológico de uma geração de consoles para outra, sempre usamos a mesma base: os gráficos. É o famoso caçar de serrilhados e babar nos efeitos de refração na água virtual. Mas, no fim das contas, não são os gráficos que determinam as mudanças mais importantes de uma nova geração.
As principais mudanças vão além das aparências. É claro que as melhorias de hardware deixam tudo mais bonito, mas costumamos nos esquecer de que elas também deixam tudo mais rápido, maior e mais complexo. O salto que a franquia Zelda fez quando passou do 2D para o 3D é incrível, mas ninguém lembra de Ocarina of Time por causa de seus gráficos. As pessoas falam sobre a Hyrule enorme e viva que a Nintendo foi capaz de construir.
A diferença está no timing da nossa relação com os jogos. Você geralmente se impressiona com o visual de um jogo quando você o vê pela primeira vez. Só depois de algumas semanas, meses ou anos que conseguimos admirar os avanços tecnológicos que aquele jogo trouxe – avanços que geralmente vão muito além do visual.
Então, como só temos uma vaga noção de como será o PlayStation 4 e quase nenhuma de como será o próximo console da Microsoft, acabamos presos na comparação gráfica com as nossas impressões mais imediatas e superficiais. E os gráficos apresentados na conferência da Sony não foram tão impressionantes. Claro, eles são melhores do que o que você veria em um PS3, mas, como a maioria das pessoas provavelmente já sabe, a indústria tem lucros cada vez menores desde a chegada da era 3D, em meados dos anos 90.
Nós provavelmente nunca mais ficaremos tão impressionados como ficamos quando o vimos o PlayStation, N64 e o Saturn pela primeira vez, porque nós provavelmente nunca mais iremos vivenciar uma mudança tão brusca na forma como jogamos videogame.
A demo do Killzone de PS4 foi visualmente fantástica, mas qualquer jogador de PC que teve a sorte de jogar Far Cry 3 no máximo pode dizer que os gráficos da apresentação não eram nada de mais. O sentimento generalizado durante o evento da Sony foi de que os gráficos de todas as demos – com exceção de Deep Down, da Capcom – não impressionaram muito. O novo Xbox provavelmente vai ficar no mesmo patamar.
Mas apesar do avanço pequeno nos aspectos visuais, essas novas máquinas são muito mais poderosas do que suas antecessoras. Então lembre-se: esse poder vai ser colocado em uso de maneiras menos notáveis – e ouso dizer mais importantes – do que texturas e efeitos de iluminação. Veremos mundos maiores. Mais detalhados, com animações melhores. Inteligências artificiais mais convincentes. Físicas mais realistas. Mais personagens na tela, mais coisas para matar/resolver/superar. Mesmo que os gráficos não mudem muito, vamos ter muito o que curtir.
Como exemplo, vamos olhar para trás e avaliar os primeiros anos da atual geração, especificamente para dois jogos 
que são capazes de exemplificar o que um verdadeiro avanço em hardware pode fazer.

Dead Rising

Dead Rising e seus zumbis, que chegaram em agosto de 2006 para o Xbox 360.
O primeiro é Dead Rising. Ele não era tão bonito, mas a forma como conseguiu incluir centenas de zumbis na tela de uma vez criou uma experiência única e marcante que não poderíamos ter nos consoles da geração anterior.
O segundo é Grand Theft Auto IV, por razões semelhantes. Claro, nós tínhamos jogos da série GTA em consoles mais antigos, mas o nível de fidelidade e vida que a Rockstar colocou em Liberty City fez pleno uso do hardware para obter mais do que apenas carros e pessoas mais bonitas.
Esses são os tipos de jogos que devemos procurar daqui em diante. Não o lote inicial de jogos lançados para duas gerações ao mesmo tempo ou trailers de jogos que sempre ficam mais bonitos do que o resultado final. Se você quiser se empolgar com o futuro, procure pelos jogos que veremos após um ou dois anos depois da chegada da nova geração, e que usam o poder do novo hardware ao máximo.
Pare para pensar: se Skyrim conseguiu rodar em hardware lançado em 2005, imagine o quão grande e incrível poderia ser um jogo baseado no mundo de Elder Scrolls lançado para um hardware de 2013.

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